A Reforma Tributária vai facilitar ou complicar ainda mais a vida do empresário?

O que era para simplificar pode, na prática, complicar…

Uma das principais promessas da Reforma Tributária é tornar mais simples o sistema de tributos no Brasil. Afinal, poucos países têm uma estrutura tão complexa e cheia de exceções quanto a nossa. Para os pequenos empresários, essa promessa soou como um alívio: pagar menos impostos, ou ao menos ter menos dor de cabeça para lidar com eles.

Mas com a publicação das primeiras propostas e leis complementares, um novo alerta surgiu: a simplificação não é automática. Ela depende de como as mudanças vão ser implementadas, e principalmente de como cada empresa vai se adaptar.

Se sua empresa não estiver atenta desde já, pode enfrentar novos tipos de complexidade, principalmente na parte operacional.

O que muda com a reforma? E por que isso importa para você?

A reforma vai unificar diversos tributos federais, estaduais e municipais em dois novos impostos:

  • CBS: vai substituir PIS e Cofins;

  • IBS: vai substituir ICMS (estadual) e ISS (municipal).

Esses novos tributos vão seguir uma lógica diferente, com foco em não cumulatividade plena, ou seja, a empresa paga o imposto, mas pode abater o que já foi pago na cadeia.

A ideia é boa, mas exige controle muito mais detalhado das operações. Isso significa mais atenção com nota fiscal, cadastro de produtos e prestação de contas. O que era para ficar mais simples, pode se tornar mais técnico e exigente, especialmente para quem não tem um sistema bem ajustado ou uma equipe preparada.

Quem sente mais os efeitos?

Empresas que:

  • Prestam serviços ou vendem produtos em mais de um estado;

  • Trabalham com revenda ou produção;

  • Possuem muitos fornecedores;

  • Não têm um sistema atualizado para emissão de notas, gestão financeira e contábil;

  • Contam com equipes pequenas ou fazem tudo “no braço”.

Esses são os perfis mais expostos a dificuldades, mesmo sendo pequenos.

Então vai complicar mais?

Depende do seu ponto de partida.

Para algumas empresas muito simples — que atuam localmente, com poucos produtos ou serviços — pode sim haver simplificação no médio prazo. Mas para a grande maioria, o que temos pela frente é um período de transição complexa, com novas regras, novos códigos, novos relatórios e um sistema tributário que vai coexistir com o atual por anos.

Essa transição exige organização, atualização dos sistemas, revisão de contratos e treinamento de equipe.

Por que não dá para deixar para depois?

Porque a transição já começou. Em 2026, entra em vigor o novo sistema, e por um tempo será preciso lidar com os dois modelos ao mesmo tempo: o atual e o da reforma.

Quem não se preparar pode enfrentar:

  • Dificuldades no faturamento (nota travando, sistema incompatível);

  • Perda de crédito tributário;

  • Penalidades por erros na apuração;

  • Retrabalho com fornecedores e contadores;

  • Problemas de caixa por má precificação.

O que o pequeno empresário pode fazer desde já?

  1. Conversar com seu contador e pedir uma explicação prática sobre a reforma.

  2. Verificar se o sistema de emissão de notas está sendo atualizado.

  3. Revisar os contratos com fornecedores e clientes — isso vai mudar.

  4. Acompanhar conteúdos de confiança (como esta série) para entender a nova lógica tributária aos poucos.

  5. Preparar o time — mesmo pequeno — para lidar com novas regras e procedimentos.

A verdade é que a simplificação não virá pronta

Ela só será real para quem estiver bem organizado, com processos claros e com suporte profissional. Quem seguir na informalidade ou na desorganização, sentirá ainda mais dificuldade.

O momento agora é de preparação estratégica, mesmo para o pequeno negócio. Não precisa saber todos os detalhes técnicos. Mas é preciso entender o suficiente para tomar boas decisões e se antecipar aos impactos.

Conte com a Gomes Contabilidade. Estamos prontos para caminhar ao seu lado nessa transição e tornar a reforma tributária mais leve para o seu negócio.