Sem incentivos fiscais, e agora? O que muda para quem produz ou vende fora dos grandes centros

O fim da guerra fiscal chegou — e isso muda o jogo para muitas empresas

Durante anos, uma prática se espalhou no Brasil: estados e municípios disputando empresas com incentivos fiscais, como isenção ou redução de ICMS, ISS e outros tributos. Isso criou uma “guerra fiscal”, onde a localização do seu negócio podia significar uma vantagem tributária importante.

Com a Reforma Tributária, essa realidade está com os dias contados.

O novo modelo, que unifica tributos em dois impostos (CBS e IBS), acaba com os benefícios fiscais do jeito que conhecíamos. O objetivo é criar um sistema mais neutro, onde a tributação ocorre no destino — ou seja, onde o produto ou serviço é consumido — e não onde é produzido.

O que isso muda para quem está fora dos grandes centros?

Para muitas pequenas e médias empresas que se instalaram em cidades menores por conta de incentivos, isso pode trazer preocupações legítimas. Afinal:

  • Custos logísticos tendem a aumentar se a localização deixar de ser vantajosa;

  • Vantagens competitivas regionais se reduzem, nivelando o mercado com grandes polos;

  • Empresas que já contavam com esses incentivos terão que se reestruturar financeiramente.

Os incentivos somem do dia para a noite?

Não. A transição será gradual. O que já foi concedido terá uma fase de transição até 2032, mas não poderá ser renovado ou ampliado. Isso significa que:

  • Quem ainda depende desses benefícios precisa rever seu modelo de negócio;

  • Novas instalações ou expansões não poderão mais contar com esses atrativos.

E o que os estados estão fazendo no lugar?

Alguns estados já começaram a se movimentar, criando alternativas como:

  • Fundos de desenvolvimento regional, que aportam recursos diretamente nas empresas (como no Paraná);

  • Investimentos em infraestrutura, logística e qualificação, para atrair negócios pelo ambiente, não apenas pelo benefício fiscal;

  • Parcerias com instituições financeiras para crédito incentivado.

É uma mudança de mentalidade: em vez de conceder isenção de imposto, o estado passa a investir em estrutura e apoio real ao desenvolvimento do negócio.

O que isso significa para pequenas empresas?

Você, empresário que está em uma cidade do interior ou que sempre contou com “um incentivo aqui e ali” para sobreviver, precisa agora pensar em:

  • Eficiência logística: como fazer seu produto ou serviço chegar com qualidade e preço competitivo;

  • Automação e controle de custos: reduzir perdas e melhorar margem será essencial;

  • Apoio técnico e planejamento tributário estratégico: para encontrar novas formas de otimizar a carga sem depender de incentivos extintos.

Como se adaptar de forma segura?

  1. Faça um levantamento dos benefícios fiscais que sua empresa ainda utiliza;

  2. Converse com seu contador para entender o que muda na prática;

  3. Avalie o impacto da mudança na sua margem e na precificação;

  4. Pesquise o que o seu estado está oferecendo em substituição (fundos, crédito, programas);

  5. Comece a preparar a empresa para competir com base em eficiência, e não em isenção.

Conclusão

O fim dos incentivos fiscais pode parecer um problema à primeira vista. Mas também é uma oportunidade de repensar o negócio, fortalecer a operação e tornar sua empresa mais competitiva de forma sustentável.

Na Gomes Contabilidade, ajudamos nossos clientes a fazer essa transição com clareza e planejamento, sem sustos.

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